domingo, 27 de janeiro de 2008

VILA BOA CELEBRA O SANTO ANTÃO
17-01-2008

Todos os anos, no dia 17 de Janeiro, Vila Boa celebra a tradicional e pitoresca festa de Santo Antão. Outros eventos religiosos se celebram na aldeia, mas esta festa é, sem dúvida, a predilecta daquelas pessoas – e são muitas! - que valorizam acima de tudo as tradições. É por isso que, quer ela ocorra em dias úteis ou em fins-de-semana, a ermida faz-se sempre pequena para acolher todos os devotos deste Santo.
Sendo S. Antão o protector dos animais domésticos, ainda muita gente recorda, a “peregrinação” de agricultores, logo pela manhã, acompanhados pelos animais. O destino era a ermida de Santo Antão. Tratava-se não só de uma longa viagem, pois a ermida dista quase dois quilómetros da povoação, mas também de uma dura caminhada, visto que o acesso era muito húmido e cheio de lama, e à dureza do percurso se acrescentava, geralmente, o frio, a chuva ou a neve. Uma caminhada que se explica pela fé e pela devoção e que tinha como objectivo pedir a protecção e a intercessão do Santo para que resguardasse os animais das doenças. Em compensação, e aqui a tradição ainda é o que era, os agricultores oferecem ao santo os tradicionais pés de porco, sabiamente conservados em sal, e as compridas chouriças bem curtidas no fumeiro. As ofertas, chamadas de “janeiras”, são expostas na tarde do dia 17, no largo da praça, e são arrematadas pelo melhor lanço. As janeiras atingem, geralmente, valores elevados, não só porque o produto é de inigualável qualidade, mas também porque o dinheiro é para o Santo e se destina a financiar a festa.
O ponto alto da festa decorre, naturalmente, na ermida e começa logo na noite de 16 de Janeiro. O convívio prolonga-se até de madrugada, pelo menos para os mais corajosos, e chama cada vez mais gente ao terreiro para confraternizar.
No dia 17, a capela já não consegue acolher os inúmeros fiéis que querem cumprir a tradição de honrar Santo Antão. No fim da Eucaristia, segue-se a procissão, que é ainda mais participada.
Finda a celebração religiosa, os convivas distribuem-se pelas mesas, que entretanto se enchem das mais variadas e suculentas iguarias, mas, manda a tradição, que nunca deve faltar a famosa chouriça assada e o mais saboroso borrego ou o cabrito assado, tudo isto bem regado com o bom vinho novo, fruto das vinhas que ainda se cultivam na aldeia. O almoço, onde se repartem petiscos e amizade, decorre na mais harmoniosa confraternização.
Saciados os apetites, é a hora do acordeonista tocar em honra de Santo Antão, à volta da capela, sempre acompanhado pelos melhores cantores locais. Pouco depois, inicia-se o bailarico, onde novos e menos novos dão um pezinho de dança.
À tardinha regressa-se ao povoado, para o arrematar das janeiras e, à noite, começa o baile no salão de festas.
Ao longo dos anos, o essencial da festa tem-se mantido e os mordomos não têm poupado esforços para preservar e dinamizar as tradições. No entanto, muita coisa mudou, até porque a evolução dos tempos não permite coisas imutáveis. Os animais já não vão, pela manhã, em romaria ao terreiro. A neve já não aparece neste dia. As pessoas já não vão a pé por lamas e charcos, a banda já não se desloca em carros de bois ou em tractores agrícolas…
Hoje, o acesso está asfaltado e até os autocarros já chegam à ermida, que se transformou no mais belo e visitado espaço da aldeia.
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Ano 2008































Ano 2007










































segunda-feira, 2 de abril de 2007

Benvindo ao Site de Vila Boa (Sabugal).


É o amor por Vila Boa que nos move à criação deste simples espaço, cujo objectivo é disponibilizar aos visitantes uma informação generalizada sobre a nossa aldeia.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Segundo os dados apurados pelos Censos 2001, a freguesia de Vila Boa possui 329 residentes, uma área de 30,8 Km2 e, por conseguinte, uma densidade populacional de 30,8 hab./km2.
A aldeia está situada junto de uma pequena ribeira, a ribeira de Palhais, afluente da margem direita do rio Côa, a 10 km a nordeste do Sabugal.
O orago da freguesia é São Pedro. A instituição paroquial parece datar de meados do século XVIII, tendo sido curato da apresentação do reitor de Vila Nova (do reitor de Nave, segundo a Estatística Parochial de 1862).
Do seu património cultural e edificado, destaca-se a Igreja Matriz com a sua imponente torre, os cruzeiros e o chafariz. Outros locais de interesse turístico e natural são a Ermida de Santo Antão, a Ermida de São Gregório e as paisagens naturais envolventes.
Entre as principais festividades, assinalamos a Festa do Santíssimo Sacramento (3º Domingo de Agosto), do Santo Antão (17 de Janeiro), de São Gregório (4º Domingo de Maio) e de Nossa Senhora dos Prazeres (Domingo a seguir à Páscoa).
Pela sua riqueza em gastronomia, em paisagens, em tradições e, sobretudo, por um saber acolher das suas gentes, Vila Boa vale bem uma visita.
Outros dados estatísticos (Censos 2001)
Homens: 160
Mulheres: 169
Famílias: 141
Alojamentos: 340
Edifícios: 340

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Vila Boa: passado, presente e futuro

Ainda Vila Boa não tinha nascido e já as raízes de uma “boa vila” davam sustento a outros povos. Segundo reza a lenda, teriam passado por aqui dois cavaleiros romanos que, deslumbrados pela beleza e fertilidade dos campos, acharam neste local o sítio ideal para a construção de uma boa vila (“vila” significava, para os Romanos, “casa de campo”).
Se a lenda nada prova acerca da presença romana, confirmam-no, no entanto, os vestígios históricos que por aqui têm aparecido. Por isso, quer tenha uma origem lendária, quer não, Vila Boa é uma das mais antigas povoações do concelho e foi também uma das mais populosas. Também não há necessidade que venham cavaleiros romanos proclamar que o terreno é fecundo. Vila Boa foi sempre povoação de gente apaixonada pelo campo. De enxada na mão ou atrás do arado que sulca a terra, as gentes sempre souberam tirar do solo generoso o pão para alimentar um dos maiores povoados das redondezas.
Em tempos mais recentes, de meados do séc. XIX até meio do séc. XX, descobriu também esta freguesia a indústria. No sítio da “Morganheira” existiram duas fábricas de cobertores de lã pura e de tecidos grossos. A produção abastecia toda a região e chegava até Lisboa. Quanto à poluição, nada a registar! Esta indústria era totalmente limpa e inócua, pois as fábricas eram movidas hidraulicamente. Hoje, restam ruínas e... muita nostalgia!
Actualmente, residem na aldeia, contentes e felizes, trezentas e trinta boas alminhas. As principais actividades económicas são a agricultura, o comércio, a indústria de lacticínios, a carpintaria, a serralharia, a indústria de panificação e a pastorícia. Alguns procuraram trabalho nas povoações vizinhas, nomeadamente no Soito, Sabugal e Rendo. Esta pequena moldura humana ainda se encontra bem polvilhada – “Deo gratias!” – de bastante gente nova. Entre este sangue novo, cerca de trinta são aspirantes a bons cristãos e, para isso, iniciaram já a adequada preparação ao Crisma. Estão empenhados, são cumpridores, sabem que querem seguir uma ética cristã e, agora, é que estão mesmo convictos que D. Manuel Felício virá crismar a Vila Boa!
Ah! Não podemos esquecer os mais pequeninos! Oito aprendem e brincam na escola do 1º Ciclo e outros oito chilreiam no Jardim Infantil.
E quanto ao futuro? Pois, de facto, esse a Deus pertence, mas os homens têm as suas responsabilidades, sobretudo aqueles que detêm legalmente o poder de decisão.
A curto prazo, estão previstas as obras de acalmia de trânsito na travessia de Vila Boa, o asfaltamento do acesso a S. Antão, a continuação das obras no complexo desportivo, piscinas incluídas, a conclusão da pavimentação dos arruamentos...
Numa perspectiva mais geral, para o futuro, os Vilaboenses anseiam aquilo que todos os povos desejam: criação de condições económicas, sociais, culturais e ambientais que garantam bem-estar, segurança, trabalho, liberdade, paz, protecção e o direito de se poder viver na terra onde se nasceu.



António Dinis